quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As Esteiras de Bunho

Esta actividade surgiu por um acaso depois de uma conversa com os alunos do 3º ano da turma sobre as tradições locais da freguesia em que vivem: Veiros. Uma aluna referiu que a avó ainda fazia as tradicionais Esteiras de Bunho, que durante muitos anos tiveram uma importância na economia e também serviam de moeda de troca da população local. Como a maioria dos alunos desconhecia as Esteiras de Bunho, tive a iniciativa de fazer um convite à avó da aluna do 3º ano, para que esta viesse à escola e mostrasse como se faz a esteira e explicasse quais as finalidades da mesma. A avó da aluna aceitou prontamente e assim convidei toda a escola para assistir a esta actividade. Quase todos os alunos mostraram interesse em participar na elaboração da esteira, com a supervisão das duas senhoras que se deslocaram à escola, e estiveram sempre muito interessados ao longo de toda a actividade.





O meu agradecimento especial à Dona Rosa Afonso Pires e Dona Albina Rosa Pires Os alunos também participaram na realização da esteira...

O efeito final é este:

Após inquéritos feitos a alguns avós elaboraram o seguinte texto:
Há alguns anos, um grande número de mães Veirenses , mais pobres, dedicavam-se ao fabrico das esteiras.
Os filhos, em idade escolar, ajudavam as mães fazendo diariamente muitos metros de bracinha para entrelaçar o baínho. Esta bracinha era posteriamente cortada em braçadas, que correspondiam ao tamanho das esteiras. A bracinha cortada em Braçadas era empedrada e colocada no cavalo das esteiras, em número de seis ou oito cordas.
Faziam-se duas espécies de esteiras, grossas e finas. As grossas eram utilizadas para estender no chão para que todos os membros da família pudessem cear em volta de uma travessa ou para estarem sentados ao serão.
As finas, feitas em maior quantidade, eram vendidas à dúzia ao fornecedor do baínho que normalmente era dono de uma mercearia.
Com o dinheiro da venda, iam descontando o custo do Molho do baínho e comprando pequenas quantidades de alimentos (pão, café, açúcar, arroz, massa) e outros bens como: o petróleo para o candeeiro, o sabão para a roupa, conforme as necessidades do dia – a – dia.Os comerciantes das esteiras vendiam-nas a fabricantes.

2 comentários:

  1. É a primeira vez que visitei o blogue da turma do meu filho e confesso que fiquei agradavelmente surpreendida. Estão de parabéns e devem continuar com o óptimo trabalho... Foi muito bom ver o quanto estão empenhados no trabalho, nas actividades e na descoberta das tradições da nossa terra que, apesar de pequena, é extremamente rica em coisas que os mais novos não devem ignorar. Pois é com o conhecimento do passado que devemos construir o futuro. Permito-me dar os parabéns também ao professor pela iniciativa e incentivá-lo para mais actividades do mesmo âmbito.
    Rosa Maria (a mãe do Xavier)

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  2. Muito obrigado em nome de toda a turma.

    Professor
    J.Miguel

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