quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Questão – Problema: Será que a forma da batata influencia o seu comportamento na água?


"No dia 16 de Dezembro de dois mil e oito a Turma do 2º e 3º anos de escolaridade do Ensino Básico do 1º Ciclo da Escola do Pinheiro em Veiros teve a sua terceira actividade prática sobre o comportamento dos objectos em líquidos. As finalidades desta actividade eram:
1 - Prever factores que podem influenciar o comportamento (flutuação/afundamento) da batata na água;
2 - Identificar o efeito da variação da variável independente (forma da batata) na Flutuação/não flutuação do objecto (variável dependente).





Questão – Problema: Será que a forma da batata influencia o seu comportamento na água?

O que vamos mudar: Forma da batata
O que vamos medir: O comportamento dos diferentes formas de batata quando colocados no mesmo recipiente com água (compará-los entre si).
O que vamos manter e como: O tipo de objecto (batata); A profundidade da água no recipiente (usar o mesmo recipiente).
O que e como vamos fazer: Alterar a forma da batata (usar 3 batatas iguais, não alterar uma delas e moldar, com as outras, objectos com formas diferentes). Um dos objectos a moldar deverá ser um objecto com caixa-de-ar (por exemplo, em forma de “barco”).
Os recursos de que precisamos: 4 tinas; 3 batatas por grupo que serão moldadas em 3 formas diferentes; 1,5l de água para cada tina, faca, quadro e giz.


Através de algumas questões, nomeadamente, “ Será que uma batata com a forma de um barco afunda/flutua? E com a forma de uma bolacha?” fez-se o levantamento e registo das ideias prévias dos alunos relativamente ao factor forma da batata. As opiniões dos alunos foram um pouco contidas, na medida em que muitos alunos não acreditavam que uma batata pudesse flutuar, dizendo que “ A batata e a rodela afundam e se calhar também afunda a que tem a forma do barco…”; mas, e mesmo assim, houve alguns que apostaram na batata com a forma de barco dizendo que essa poderia flutuar “ Eu acho que o barco de batata não afunda…”

Embora a curiosidade já fosse alguma, relativamente ao comportamento da batata moldada em forma de barco, foi decidido que o último objecto a colocar na tina fosse esse e que o mesmo devia ser colocado lentamente.
Durante a experimentação, os alunos foram confrontando os resultados com as suas ideias prévias e verificando que as suas previsões, mais uma vez, não estavam muito longe do observado, o que os deixou bastante satisfeitos.
Aquando da colocação da batata moldada em forma de “barco” foi uma surpresa geral. Ficaram extremamente satisfeitos pois, com o decorrer da actividade, muitos mais alunos já se mostravam cépticos e desiludidos pois só observavam/registavam “afundamentos”. A surpresa por a batata em forma de barco flutuar era tanta, que os alunos chegaram ao ponto de a retirar da água e voltar a colocá-la só para confirmarem que ela realmente flutuava.
Através de um questionamento direccionado nesse sentido tentámos (penso que foi conseguido) que os alunos compreendessem que a batata (na qual não se mexeu) é um objecto maciço (sem concavidade, sem caixa-de-ar); enquanto que o “barco” moldado a partir de uma batata de igual massa é um objecto com concavidade, com “caixa-de-ar”. Os dois objectos embora tenham o mesmo volume, têm forma (interior) e massas diferentes, pois ao moldar a batata em forma de barco foi-lhe retirado parte da sua massa. Deste modo a concavidade que ficou foi enchida de ar, dando à batata uma densidade diferente, por isso, mesmo ocupando o mesmo espaço dentro de água, a força exercida por ela era menor, comparativamente ao seu estado anterior e, assim, a intensidade da força de impulsão que sobre ela era exercida pela água já era suficiente para a fazer flutuar."


Texto retirado da descrição de Aula do Professor João Miguel Silva no âmbito da Formação do Ensino Experimental das Ciências No 1º Ciclo

Sem comentários:

Enviar um comentário